Se você tem diabetes por um longo tempo, fique atento: ela pode causar algumas complicações sérias, incluindo problemas nos pés. Esse quadro é tão grave que possui nome, sobrenome e até mesmo cid: pé diabético.
O que é o Diabetes?
O diabetes é uma doença que causa a produção defeituosa, ou insuficiente de insulina. A insulina é um hormônio essencial responsável por ajudar as células a absorverem o açúcar do sangue para usarem-no como energia. Quando esse processo não funciona corretamente, o açúcar continua circulando no sangue, causando problemas de saúde.
No Brasil, mais de 16 milhões de adultos sofrem dessa doença que, por sinal, mata 72 mil pacientes por ano (fonte: Organização Mundial de Saúde/2016). A boa notícia é que, no país, a prevalência do diabetes é menor quando comparada à média mundial (8,1%, para ser exato). Contudo, isso não quer dizer que devemos “relaxar” com relação aos cuidados que ela exige.
Períodos prolongados de tratamento indevido dos altos níveis de açúcar no sangue podem danificar muitas áreas do corpo, incluindo os pés. Para se ter ideia, somente em 2017, o diabetes provocou cerca de 12.748 amputações. No mundo, esse dado se torna ainda mais preocupante: ainda de acordo com a OMS, 3 pessoas a cada 1 minuto, em qualquer país, possui uma parte do corpo amputada por complicações relacionadas ao diabetes.
Todo cuidado é pouco!
É por isso tudo que, hoje, nós vamos conversar um pouco sobre os problemas nos pés que podem ocorrer em pessoas com diabetes que não controlam a doença, ou fazem isso mal. Por fim, você terá um link de acesso para o meu e-book que vai te ajudar a entender como cuidar dos pés do jeito certo, caso você seja diabético(a), ou conheça alguém que tenha essa doença. Vamos lá?
Como o diabetes pode afetar seus pés?
Existem duas formas pelas quais o Diabetes pode afetar seus pés. São elas:
- Neuropatia diabética: o Diabetes não controlado pode danificar seus nervos. Inclusive, se eles forem os das pernas e dos pés, pode ser que você não sinta calor, frio ou dor nessa região.Essa ausência de sensibilidade é chamada de “neuropatia sensorial diabética”. Se você não sentir um corte ou ferida no pé por causa da neuropatia, este poderá piorar e se infectar.Além disso, os músculos do pé podem não funcionar corretamente porque os nervos destes estão danificados. Isso pode fazer com que o pé não se alinhe adequadamente e crie muita pressão em uma parte dele.
- Doença vascular periférica: o Diabetes também afeta o fluxo de sangue. Veja bem: sem um bom fluxo sanguíneo, concorda que uma ferida, ou corte, leva mais tempo se curar? Pois é. O baixo fluxo sanguíneo nos braços e pernas é chamado de “doença vascular periférica”.Se você tiver uma infecção que demora muito a sarar por causa do fluxo sanguíneo deficiente, o risco de desenvolver úlceras ou até mesmo gangrena (a morte do tecido) é ainda maior.
Sintomas do pé diabético
Os sintomas dos efeitos do diabetes nos pés variam de pessoa para pessoa, e podem depender dos problemas específicos que ela está enfrentando no momento. No entanto, é normal que qualquer paciente nessa situação sinta:
- perda de sensibilidade da cintura para baixo;
- dormência ou sensação de formigamento (doloroso, ou não);
- bolhas ou outras feridas sem dor;
- descoloração da pele e mudanças de temperatura;
- estrias vermelhas;
- feridas com, ou sem drenagem;
- manchas em meias.
Se uma infecção se desenvolver, a pessoa também pode experimentar alguns dos seguintes sintomas:
- febre;
- arrepios;
- açúcar no sangue incontrolável;
- tremedeira;
- sensação de choque;
- vermelhidão.
Qualquer pessoa com diabetes que tenha sintomas de infecção, especialmente nos pés, deve procurar por ajuda imediatamente.
Outros problemas comuns nos pés de pessoas que possuem diabetes
Qualquer pessoa pode ter os problemas nos pés listados abaixo. Porém, para pacientes com diabetes, os quadros a seguir costumam ser mais recorrentes e, claro, levar a infecções e complicações graves, como amputação.
- Pé de atleta: é um fungo que causa coceira, vermelhidão e rachaduras. Os germes podem entrar pelas fendas da pele e causar uma infecção.
- Infecção fúngica das unhas: unhas infectadas com fungos podem ficar descoloridas (marrom-amareladas ou opacas), espessas e quebradiças, e ainda costumam se separar do resto da unha. O ambiente escuro, úmido e quente dos sapatos pode ajudar o fungo a crescer, assim como uma lesão na unha.
- Calos: um calo é o acúmulo de pele dura, geralmente na parte inferior do pé. É causado, geralmente, por uma distribuição desigual do peso, uso de sapatos mal ajustados ou ainda por um problema de pele. É normal ter calos no pé, portanto, o seu médico decidirá se este merece mais cuidados.
- Bolhas: as bolhas podem se formar quando os sapatos esfregam o mesmo local no pé, ou ainda usar calçados que não se encaixam corretamente.
- Joanetes: um joanete se forma quando o dedão do pé se inclina em direção ao segundo dedo do pé. Muitas vezes, o local onde o dedão do pé se junta ao restante do pé fica vermelho e calejado. Essa área também pode se destacar e ficar dura.
- Pele seca: a pele, quando ressecada, pode rachar e permitir a entrada de germes.
- Úlceras diabéticas: a úlcera no pé é uma ruptura na pele deste, ou ainda uma ferida profunda. Elas podem ocorrer devido a pequenos arranhões, cortes que cicatrizam lentamente ou pela fricção de sapatos que não se encaixam bem. É importante tratá-los assim que você os notar.
- Unhas encravadas: acontecem quando as bordas da unha crescem para dentro da pele. Elas causam pressão e dor ao longo dessas bordas, e podem cortar a pele, causando vermelhidão, inchaço, dor, drenagem e infecção. A causa mais comum de unhas encravadas é a pressão dos sapatos. Outras causas incluem unhas cortadas incorretamente, apinhamento dos dedos dos pés e traumas repetidos na região, decorrente de atividades como correr, caminhar etc.
Tratamento para o pé diabético
O tratamento para problemas no pé diabético varia de acordo com a gravidade da condição. Estão disponíveis, atualmente, uma variedade de opções cirúrgicas e não cirúrgicas para abordar o problema. São elas:
1. Tratamentos não-cirúrgicos
Alguns métodos e alternativas incluem:
- manter as feridas limpas;
- observar atentamente a ocorrência de gangrena nos dedos dos pés. Em alguns casos pode ocorrer a auto-amputação, quando os dedos caem sozinhos devido à falta de fluxo sanguíneo.
2. Tratamento cirúrgico
Quando a primeira opção não cura com sucesso os problemas do pé diabético, o médico pode considerar a cirurgia. As opções incluem:
- remoção de tecido em decomposição ou morto;
- amputação;
- desvio arterial para doença vascular periférica, que auxilia o fluxo sanguíneo para a área afetada;
- cirurgia endovascular com aplicação de stents, que utilizam pequenos dispositivos para manterem os vasos sanguíneos abertos.
E, por fim, por que o cuidado com os pés é importante?
Se você tem diabetes, danos nos nervos, problemas de circulação e infecções podem levar a graves problemas nos pés. No entanto, você pode tomar precauções para mantê-los saudáveis.
Gerenciar o diabetes e manter um estilo de vida saudável ajuda a manter os pés livres de problemas. Isso deve incluir:
- exames médicos regulares, incluindo verificações nos pés em todas as visitas, pressão arterial e taxa de colesterol;
- monitoramento da quantidade de açúcar no seu sangue diariamente;
- praticar exercícios regularmente;
- fazer uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes e verduras.
Para saber TODOS os detalhes sobre esses cuidados, leia meu e-book sobre o assunto clicando aqui!
Um abraço e até a próxima.
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Texto originalmente publicado no portal Convite à Saúde