Se você tem mais de 50 anos de idade, com certeza já escutou do seu oftalmologista que tem “um início de catarata”. Afinal, mesmo antes de provocar mudanças na visão, a alteração já é observada no exame oftalmológico.
A boa notícia é que, quando esse quadro ainda está no começo, é possível administrá-lo apenas por meio da prescrição de novos óculos e do acompanhamento periódico. Isso acontece porque, nessa fase, ele ainda não traz muitas dificuldades ao paciente.
O momento certo para recorrer a uma cirurgia de catarata, no fim das contas, depende de uma série de fatores. Para saber quais são eles e, claro, entender mais sobre esse assunto, continue conosco!
Primeiramente: o que é catarata?
A catarata é uma doença caracterizada pela opacificação do cristalino, lente natural dos olhos. Ele se torna mais denso e opaco, provocando embaçamento visual progressivo.
Esse processo decorre em função do nosso envelhecimento e, portanto, é completamente normal. Ele é desencadeado, principalmente, porque as proteínas e outros elementos que formam o cristalino sofrem uma série de alterações com o passar dos anos, perdendo sua transparência e elasticidade.
Porém, existem alguns fatores de risco que contribuem para o seu desenvolvimento. São eles:
- diabetes mellitus;
- tabagismo;
- exposição excessiva dos olhos ao sol (e sem a proteção de óculos escuros);
- traumas oculares prévios, inflamações ou cirurgia;
- uso de corticosteroides.
“Como saber se tenho catarata”?
Durante a consulta, o oftalmologista examina todas as estruturas oculares e consegue detectar a presença da catarata e o seu tipo. Além disso, ele provoca uma série de sintomas os quais veremos logo a seguir. Vamos por partes?
Tipos de catarata
A catarata senil, relacionada à idade, não é o único tipo dessa alteração nos olhos, apenas o mais comum. Outras variações são:
- Catarata congênita: o bebê nasce com catarata em um ou em ambos os olhos. Nestes casos, um especialista deve ser procurado com rapidez, pois existe o risco da visão não se desenvolver normalmente no olho afetado.
- Complicada: ocorre secundariamente a outras doenças oculares como as uveítes, inflamações na camada vascular do olho.
- Secundária: associadas a doenças sistêmicas como o diabetes, e ao uso de medicamentos, como os corticosteroides.
- Traumática: ocorre após traumas no olho como queimaduras, perfuração ou pancadas.
Além disso, elas podem ser classificadas de acordo com a sua dureza em moles, moderadas e duras. Esta categorização é importante para programar uma cirurgia de catarata segura.
Sintomas
Os mais freqüentes são:
- embaçamento visual;
- piora da visão à noite;
- dificuldades para ler, costurar e dirigir;
- visão dupla;
- mudança frequente do “grau” dos óculos e/ou lentes de contato.
Afinal: quando a cirurgia de catarata deve ser feita?
Quando ela começar a prejudicar a capacidade visual do paciente. Por outro lado, a catarata é muitas vezes diagnosticada em pacientes que nem perceberam alterações significativas em sua visão. Nesses casos, a necessidade da cirurgia é avaliada individualmente.
Em alguns casos, por exemplo, o cristalino se torna muito denso antes mesmo de causar perda visual. O procedimento deve ser feito, então, antes que este fique muito duro, pois o tornaria mais difícil. Seu oftalmologista irá avaliar a densidade do cristalino durante a consulta e discutir com você essa indicação.
Em pacientes com glaucoma, retirar a catarata pode ajudar a controlar a pressão ocular, reduzindo ou mesmo eliminando a necessidade de medicação. Nesses casos, a indicação também tende a ser mais precoce.
A presença de alterações oculares como a degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética também podem ser motivos para se indicar a cirurgia de catarata. Nesses casos, é importante que o oftalmologista seja capaz de avaliar o fundo do olho, para controle e tratamento das lesões. A presença da catarata causa opacidade e dificulta o exame e os procedimentos necessários.
O preparo para a cirurgia
Com relação aos preparativos para o grande dia, não se preocupe. O cirurgião lhe passará todo o passo a passo. Normalmente, ele envolve alguns exames como:
- topografia corneana: analisa o relevo da córnea, determinando sua curvatura e calculando o grau da lente intraocular a ser implantada durante o procedimento;
- ecobiometria: pode ser ultrassônica ou óptica. Porém, o objetivo é o mesmo – medir o comprimento do olho e calcular o grau da lente intraocular;
- microscopia especular da córnea: fotografa o endotélio, camada interna da córnea responsável por sua transparência;
- mapeamento da retina: faz um mapeamento do fundo de olho e suas alterações. Por meio dele, é possível examinar toda a retina central e periférica, assim como os vasos sanguíneos e o nervo óptico.
A escolha da lente intraocular
A cirurgia de catarata consiste, basicamente, na remoção do cristalino que, por sua vez, tornou-se opaco e mais denso com o passar dos anos. Porém, a simples retirada dessa estrutura pode deixar o olho hipermetrope. É por isso que, durante o procedimento, ocorre também a implantação de uma nova lente intraocular.
A escolha dessa lente depende do perfil do paciente. Ela pode variar de material, tamanho e tipo de correção. O cálculo do grau da nova lente é feito durante os exames pré-operatórios e, por isso, é capaz até mesmo de corrigir alterações pré-existentes, como astigmatismo, miopia, presbiopia e hipermetropia.
A cirurgia de catarata
O paciente, ainda na sala de preparo, tem um pouco de colírio aplicado sobre o olho que será operado. O objetivo é dilatar a pupila. Depois, ele receberá uma pequena dose de sedativo para ficar mais tranquilo e confortável, e outra de anestesia local, para não sentir dor.
O cirurgião, primeiramente, faz uma pequena incisão corneana, abrindo a cápsula do cristalino e acessando a córnea. Por meio de uma técnica conhecida como facoemulsificação, ele aspira a catarata e, por fim, implanta a lente intraocular.
Apesar de ser uma cirurgia delicada, o paciente pode voltar para casa algumas horas após a cirurgia.
Cuidados pós-cirúrgicos
O paciente, após o procedimento, receberá uma série de instruções sobre como cuidar do olho operado nos próximos dias. Normalmente, elas consistem em:
- lavar as mãos antes de trocar o curativo e pingar os colírios prescritos;
- não coçar o olho operado;
- usar óculos escuros ao sair de casa;
- evitar esforço excessivo durante duas semanas após o procedimento;
- evitar saunas e piscina por um mês;
- evitar dirigir até que a visão esteja 100%.
Enfim…
O momento ideal para a cirurgia de catarata deve ser decidido em conjunto com o seu oftalmologista. Ele depende do tipo, de sua repercussão na visão, da profissão, estilo de vida e necessidades de cada um. É importante que esses pontos sejam discutidos e que a decisão esteja clara para o paciente.
Não deixe de esclarecer todas as suas dúvidas com o seu médico!
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Texto originalmente publicado no portal Convite à Saúde