Sobrepeso e obesidade infantil: quais são os perigos?

Detalhe de criança sentado em uma balança. Representação da obesidade infantil e sobrepeso.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade infantil é “um dos maiores e mais sérios desafios de saúde pública do século XXI”. No Brasil, 3 a cada 10 pequenos (de 5 a 9 anos) estão cima do peso. Tais valores, conforme apontam o Atlas Mundial da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde, colocarão nosso país em 5º lugar no ranking de nações com a maior quantidade de crianças e adolescentes obesos em 2030. O mais preocupante, no entanto, vem agora: se nenhuma providência for tomada para reverter esse quadro, as chances de que ele se resolva sozinho são de apenas 2%.

A boa notícia, contudo, é que o sobrepeso, especialmente durante a primeira década de vida, costuma ser tratado somente por meio de mudanças na dieta e no estilo de vida do paciente. Porém, isso precisa ser feito quanto antes. Afinal, a criança que permanece obesa tem mais propensão a desenvolver doenças como diabetes e pressão alta na vida adulta. Além disso, não podemos deixar de mencionar os efeitos psicológicos devastadores que essa condição pode oferecer a pessoas em fase de crescimento como, por exemplo, baixa autoestima, depressão e isolamento social.

Do começo: como funciona o diagnóstico de obesidade infantil?

Para além da anamnese em consultório, a obesidade (tanto em crianças quanto em adultos) é determinada por meio do índice de massa corporal (IMC). Para calculá-lo, basta dividir o peso do paciente (em quilogramas) pelo quadrado de sua altura (em metros). Veja:

IMC = PESO/ALTURA x ALTURA

Com o resultado em mãos, o último passo é identificar o percentil e, então, estabelecer se o(a) pequeno(a) está com sobrepeso ou não. Para isso, é preciso ter em mãos um gráfico de curvas de IMC que corresponda ao sexo e à idade dele(a). Para encontrá-lo, basta visitar o site da  Organização Mundial de Saúde

No gráfico, localize a idade da criança no eixo horizontal e desenhe uma linha. Depois, encontre o valor obtido pelo cálculo do IMC no eixo vertical e faça outra linha. Por fim, marque o ponto em que ambas se encontram e verifique em qual faixa de percentil ele está.

Tudo pronto? Agora basta conferir em qual das categorias o percentil se encaixa e, assim, determinar seu diagnóstico nutricional. Confira abaixo:

tabela de valores de referência do IMC infantil

Fonte: BVS – Atenção Primária em Saúde

Calculadora de IMC infantil

Nosso intuito sempre foi orientar nossos leitores ao máximo, dando a eles ferramentas úteis e validadas para que eles formem suas próprias opiniões sobre determinados assuntos relacionados à saúde. No entanto, é sempre interessante facilitar alguns processos, não é mesmo?

Pensando nisso, colocamos abaixo uma calculadora para que você possa calcular o IMC da criança de forma simples, rápida e igualmente confiável. Confira no link:

Calculadora de IMC infantil

Causas

Assim como acontece com os adultos, as crianças desenvolvem a obesidade, principalmente, quando ingerem mais calorias do que os seus organismos conseguem queimar. No entanto, é importante ressaltar que esse processo, conhecido como “desequilíbrio energético”, também pode ser causado por outros fatores como:

  • genética;
  • fatores ambientais (falta de acesso a comidas saudáveis, dieta familiar rica em carboidratos, industrializados e gorduras ruins);
  • fatores psicológicos (ansiedade, estresse e depressão podem aumentar os riscos para o sobrepeso);
  • certos medicamentos (esteroides, antidepressivos, anticonvulsivantes etc); 
  • determinadas condições médicas (hipotireoidismo, síndrome de Cushing, entre outras). 

Quais são os principais sinais de que a criança está acima do peso?

Além do excesso de peso, os sinais e sintomas típicos da obesidade infantil incluem:

  • fadiga;
  • falta de ar;
  • aumento da transpiração;
  • dor nas articulações;
  • pés chatos;
  • estrias dos quadris, no abdômen e/ou nas costas;
  • acantose nigricans (diz respeito ao escurecimento/aveludamento da pele em algumas regiões do corpo como ao redor do pescoço e nas axilas);
  • apneia do sono.

Agora sim: quais são os perigos da obesidade infantil?

A obesidade infantil é perigosa porque, além de causar problemas de saúde imediatos, ainda coloca a criança em maior risco de desenvolver doenças sérias no futuro. A seguir, listamos algumas das complicações mais comuns em pequenos que estão acima do peso:

  • asma;
  • diabetes tipo 2;
  • colesterol alto;
  • doenças cardíacas;
  • pressão alta;
  • pedras na vesícula;
  • doença hepática gordurosa não alcoólica;
  • doença renal;
  • artrite;
  • problemas reprodutivos (menstruação irregular, desequilíbrios hormonais, entre outros);
  • azia, refluxo e outros problemas digestivos;
  • distúrbios do sono.

Vale ressaltar, ainda, que o excesso de peso pode trazer más consequências para a saúde emocional da criança. As mais frequentes incluem ansiedade, depressão, baixa autoestima, bullying e isolamento social.

E, por fim: como tratar a obesidade infantil?

O melhor tratamento para a obesidade infantil, é claro, varia de paciente para paciente. Afinal, ele depende de fatores como idade, histórico familiar, condições médicas subjacentes etc. No entanto, a principal conduta costuma ser a indicação de certas mudanças no estilo de vida como, por exemplo, a inclusão de uma nova dieta e a prática de exercícios físicos.

No mais, o importante aqui é conversar com o pediatra sobre o diagnóstico e as possíveis opções de tratamento.

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