Enxaqueca: o que você precisa saber sobre ela?

Mulher no trabalho sentada na mesa em frente ao notebook com a mão na testa por causa de enxaqueca

A enxaqueca é uma condição neurológica caracterizada (em sua maioria) por dores de cabeça fortíssimas e debilitantes. Além disso, em alguns casos, ainda costuma provocar náusea, vômito, dificuldade para falar, dormência e sensibilidade à luz, ao som e a certos odores.

É importante entender que esse quadro pode variar muito de pessoa para pessoa. Por isso, o diagnóstico é baseado no histórico do paciente, em seus sintomas e na exclusão de outras causas.

A maioria das pessoas começa a ter enxaquecas na idade adulta, porém, alguns casos se iniciam na infância, por volta dos 10 anos de idade. Além disso, sabe-se que as mulheres são mais propensas a essa condição que os homens, e que um dos maiores fatores de risco para esta é o histórico familiar.

E aí, será que você sofre de enxaquecas, e não sabe como lidar com elas? Ou ainda conhece alguém que as têm, ou bem… só está querendo saber mais sobre esse assunto? É só continuar conosco!

O que provoca a enxaqueca?

Embora as causas da enxaqueca não sejam totalmente compreendidas, existem vários gatilhos para ela. São eles:

  • ter histórico de enxaqueca na família;
  • alterações hormonais em mulheres (durante a menstruação, gravidez ou menopausa);
  • medicamentos hormonais (contraceptivos orais ou terapias de reposição hormonal);
  • bebidas (álcool, especialmente vinho);
  • cafeína;
  • estresse;
  • estímulos sensoriais (brilho do sol, sons altos, cheiros fortes etc);
  • dormir pouco, ou mal;
  • esforço físico intenso;
  • mudanças climáticas;
  • outros medicamentos (vasodilatadores etc);
  • alguns alimentos (queijos muito curados, receitas salgadas, alimentos processados etc);
  • ficar muito tempo sem comer;
  • aditivos alimentares (adoçantes, conservantes etc).

Fatores de risco

Vários fatores tornam uma pessoa mais propensa a ter enxaquecas. São os mais comuns:

  • idade: a enxaqueca pode começar em qualquer idade, embora o mais comum seja surgir pela primeira vez ainda na adolescência. Aos 30 anos, ela atinge seu pico e, com o passar dos anos, torna-se menos grave e pouco frequente.
  • sexo: as mulheres têm três vezes mais chances de terem enxaqueca, devido a fatores hormonais (ciclo menstrual, gravidez e menopausa).

Sintomas

A enxaqueca costuma progredir em quatro estágios: pródromo, aura, cefaleia (dor de cabeça) e pósdromo. Vale ressaltar, no entanto, que nem todo mundo que tem essa condição passa, necessariamente, por todas essas etapas. Mesmo assim, é bom saber como elas acontecem, né? Vamos lá.

1. Pródromo

É perceptível um ou dois dias ANTES da crise de enxaqueca propriamente dita. Aqui, é possível notar algumas alterações sutis em seu organismo como:

  • constipação;
  • mudanças repentinas de humor;
  • desejos por certos tipos de comida;
  • sensação de rigidez no pescoço;
  • aumento da sede e, consequentemente, da micção;
  • bocejos frequentes.

2. Aura

Em algumas pessoas, essa etapa pode ocorrer tanto antes, quanto durante a enxaqueca. As auras são sintomas relacionados ao sistema nervoso e, geralmente, apresentam as seguintes características:

  • fenômenos visuais diversos (pontos pretos no campo de visão, chamados de escotomas, assim como cintilações ou imagens em zigue-zague);
  • perda de visão;
  • sensação de “agulhadas” em um dos braços ou pernas;
  • fraqueza ou dormência no rosto, ou em um lado do corpo;
  • dificuldade para falar.

Normalmente, cada sintoma começa de forma gradual, acumulando-se ao próximo num prazo de 20 a 60 minutos.

3. Cefaleia (dor de cabeça)

Podemos dizer que essa fase é a enxaqueca propriamente dita, e pode durar de 4 a 72 horas se não for tratada. Seus principais sintomas são:

  • dor geralmente em um lado da cabeça, mas pode ocorrer nos dois;
  • dor que palpita ou pulsa;
  • sensibilidade à luz, sons e, às vezes, odores e toques;
  • náusea e vômito.

4. Pósdromo

É a última fase da enxaqueca. Aqui, a pessoa costuma se sentir cansada, confusa e desanimada por até um dia. Vale ressaltar, no entanto, que apesar de raro, alguns pacientes relatam se sentirem extremamente exaltados nessa etapa.

Tipos de enxaqueca

Na verdade, os termos usados para designar os tipos de enxaqueca se referem mais aos sintomas que a sinalizam, do que a qualquer outra coisa. Como nós já vimos todos eles, e sabemos também em quais etapas eles ocorrem, fica fácil entender essa parte!

O primeiro tipo, conhecido como enxaqueca clássica, ou ‘com aura’, refere-se à cefaleia associada a aura do tronco cerebral. Por isso, nela, além das dores de cabeça, ocorrem sintomas como perda de equilíbrio, visão dupla ou desmaio.

O segundo tipo, chamado de enxaqueca sem aura, ou migrânea sem aura, possui uma natureza latejante e que, como o próprio nome sugere, não apresenta aura.

Outros tipos de enxaqueca

Enxaqueca crônica

Costumava ser chamada de “dor de cabeça mista”, porque pode ter características de enxaqueca e dores de cabeça tensionais. Às vezes, pode ser causada pelo uso excessivo de medicamentos.

Pessoas que têm enxaqueca crônica têm uma dor de cabeça que permanece por cerca de 15 dias e que se repete mensalmente.

Pacientes com enxaqueca crônica são mais propensos a ter:
  • depressão;
  • outro tipo de dor crônica, como artrite;
  • outros problemas sérios de saúde como a pressão alta, por exemplo;
  • lesões anteriores na cabeça ou no pescoço.
Enxaqueca aguda

Enxaqueca aguda é um termo geral para enxaquecas que não são diagnosticadas como crônicas. Outro nome para esse tipo é enxaqueca episódica.

Aqui, os pacientes têm uma crise que pode durar até 14 dias mas, mesmo assim, os episódios ocorrem com menos frequência que naqueles com enxaqueca crônica.

Enxaqueca vestibular

Também conhecida como vertigem associada à enxaqueca, a enxaqueca vestibular afeta o equilíbrio, provocando bastante tontura e outros sintomas neurológicos transitórios associados, como fala arrastada, visão dupla, caminhada instável, consciência prejudicada ou aura sensorial.

Normalmente, é tratada por um neurologista ou otorrinolaringologista, e pode afetar entre cerca de um terço de todas as pessoas que possuem enxaqueca em algum momento de suas vidas.

Enxaqueca óptica

Também conhecida como enxaqueca ocular, este é um tipo mais raro de enxaqueca com aura, e tem sintomas visuais:

  • cintilações;
  • um ponto cego ou perda parcial da visão;
  • perda total da visão de um dos olhos.

Esses problemas geralmente ocorrem dentro de uma hora após a dor de cabeça se iniciar. Porém, vale ressaltar que, às vezes, as enxaquecas ópticas podem ser indolores.

Afinal: o que você tem é enxaqueca, ou dor de cabeça?

Enxaqueca e dor de cabeça (cefaleia) não são a mesma coisa. Na verdade, a enxaqueca é somente um dos mais de 100 tipos de dores de cabeça.

Distinguir entre esse tipos pode ser difícil. Além disso, você ainda pode ter enxaqueca e experimentar, em algum momento da sua vida, outras classes de dores de cabeça.

Por isso, o ideal é prestar atenção nos sintomas, na duração destes, nas características e frequência das dores, assim como suas fases e, claro, IR AO MÉDICO. Não há ninguém melhor para diagnosticar a enxaqueca que um profissional experiente no assunto.

Diagnóstico

Normalmente, o médico diagnosticará suas enxaquecas com base no seu histórico médico, sintomas e, além disso, por meio de alguns exames físicos e neurológicos.

Se sua condição é incomum ou complexa, existem alguns procedimentos que terão mais propriedade para descartar outras causas para a sua dor. São eles:

  • ressonância magnética: produz imagens detalhadas do cérebro e dos vasos sanguíneos. É útil para ajudar os médicos a afastarem o diagnóstico de tumores, derrames, hemorragias, infecções e outras condições neurológicas.
  • tomografia computadorizada: utiliza uma série de raios-X para criar imagens transversais detalhadas do cérebro. Ela também ajuda os médicos a diagnosticar tumores, infecções, danos cerebrais, hemorragias e outros possíveis problemas que podem estar causando suas dores de cabeça.

E, enfim, o tratamento

O tratamento da enxaqueca visa parar os sintomas e prevenir os futuros ataques.

Muitos medicamentos foram projetados para tratar essa condição. Os mais comuns se enquadram em duas grandes categorias:

  • analgésicos: são tomados durante os ataques de enxaqueca e servem para amenizarem/interromperem os sintomas destas.
  • preventivos: são tomados regularmente, geralmente diariamente, para reduzir a gravidade ou a frequência das enxaquecas.

Vale ressaltar que as opções de tratamento dependem da frequência e gravidade das dores de cabeça. Pacientes com enxaqueca crônica e debilitante são, algumas vezes, encaminhados para tratamento na Clínica da dor.

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Texto originalmente publicado no portal Convite à Saúde

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