A rouquidão em crianças normalmente está relacionada ao mau uso da voz. Na maioria das vezes, ela é benigna e desaparece espontaneamente. Contudo, alguns casos merecem atenção.
A mudança da voz é causada por alterações nas cordas vocais que impedem seu funcionamento normal, como:
- aumento da espessura em quadros de inflamação;
- presença de nódulos;
- cistos;
- pólipos;
- paralisia dos músculos da laringe.
As causas mais comuns de rouquidão na infância são falar alto ou gritar demais, e as infecções comuns nessa faixa etária.
Se o quadro persistir por mais de uma ou duas semanas, mesmo com o repouso de voz, um especialista deve ser procurado.
Como é formada a voz?
Quando inspiramos, o ar passa pelo nariz, faringe, laringe e traquéia até chegar aos pulmões. Na expiração, segue o caminho inverso.
Durante a fala, o ar expirado chega até a laringe e vibra as cordas vocais. Essa vibração, junto com movimentos da língua e dos lábios, forma a voz.
O mau uso da voz provoca irritação e pequenas lesões nas cordas vocais. Quando prolongado, nos locais das lesões tendem a se formar nódulos e “calos”, que podem causar alterações permanentes da voz.
Causas de rouquidão em crianças
Infecções das vias respiratórias
- Laringite isolada ou associada a infecções das vias aéreas superiores (rinite, sinusite);
- alergia com secreção nasal que goteja na garganta e causa irritação da laringe.
- epiglotite.
- difteria laríngea.
Trauma
- excesso de uso, ou uso inadequado da voz;
- tosse persistente;
- fratura ou sangramento na traquéia ou laringe (pode ocorrer na intubação traqueal ou traumas no pescoço).
Distúrbios neurológicos
- paralisia das cordas vocais;
- malformações do sistema nervoso central ou vasos;
- deficiência de tiamina (vitamina B1).
Doenças congênitas
- Fibrose cística: doença que compromete o funcionamento das glândulas exócrinas que produzem muco, suor ou enzimas.
- Membranas laríngeas congênitas: presença de tecido anormal na laringe.
- Laringomalácia: fraqueza das estruturas cartilaginosas da traqueia e laringe.
Doenças sistêmicas
- refluxo gastroesofágico;
- hipotireoidismo;
- hipocalcemia;
- doença de farber;
- doença de gaucher;
- proteinose lipídica;
- mucolipidose II;
- amiloidose;
- síndrome de Lange;
- síndrome de Williams;
- artrite Cricoaritenóide.
Tumores
- Papiloma da laringe: mais comuns entre 1 e 4 anos de idade.
- Hemangioma: tumor benigno que aparece mais comumente nos dois primeiros anos de vida;
- Pólipos: podem se formar após abuso prolongado da voz e traumas.
- Câncer de laringe: raro em crianças.
Diagnóstico
A rouquidão em crianças que ocorre após o mau uso da voz e dura de poucas horas a um dia não é preocupante. Caso ela persista por vários dias ou semanas, a criança deve ser avaliada por um especialista em otorrinolaringologia.
Durante o exame, a laringoscopia permite a avaliação das cordas vocais e ajuda a identificar a causa do problema.
Tratamento
Em todos os pacientes, o repouso de voz é necessário durante o tratamento. Além disso, hidratação adequada e aprender a usar a voz são essenciais.
O tratamento específico varia de acordo com a causa da rouquidão.
Prevenção
Algumas dicas para preservar a saúde da voz e evitar a rouquidão em crianças são:
- ensinar a criança a se aproximar da pessoa com quem vai falar, ao contrário de gritar;
- estimular a criança a falar baixo, desencorajando brincadeiras barulhentas;
- evitar conversar em locais com muito barulho;
- evitar ambientes poluídos ou com fumaça de cigarro;
- beber bastante água;
- evitar bebidas cafeinadas, que causam desidratação.
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Texto originalmente publicado no portal Convite à Saúde