Coronavírus na gravidez: como o COVID-19 afeta a mãe e o bebê?

Grávida com coronavírus deitada no sofá usando uma máscara de proteção

O COVID-19, como já sabemos, é uma pandemia nova e em evolução. Logo, é comum que os profissionais da saúde ainda estejam descobrindo seus efeitos em diferentes tipos de pacientes.

Aqui no CMH, já falamos sobre a doença de forma geral e, mais recentemente, sobre como ela afeta as crianças. Agora, chegou o momento de contarmos o que sabemos sobre o coronavírus na gravidez.

Então, se você estiver grávida, ou já com um recém-nascido em casa, e ainda cheia de dúvidas sobre esse assunto, é só continuar conosco.

Um breve resumo do que sabemos até agora sobre o coronavírus

O culpado por trás do COVID-19 é um novo vírus denominado SARS-CoV-2. Este, por sua vez, está intimamente relacionado ao SARS-CoV-1 (que causou o surto de síndrome respiratória aguda em 2002, lembra?). É, também, primo não tão distante do MERS-CoV (o da síndrome respiratória do Oriente Médio).

Seus principais sintomas são febre, tosse seca e dificuldade respiratória. Já as medidas preventivas gerais consistem em ficar em casa, lavar bem as mãos, evitar aglomerações e só ir até o hospital se o quadro piorar bastante.

O grupo de risco para essa doença é composto por: idosos, pessoas com o sistema imunológico comprometido, pacientes que já sofrem de condições subjacentes (asma, diabetes, hipertensão etc), crianças e gestantes. Aliás, estes dois últimos serão o nosso assunto de hoje.

O coronavírus na gravidez

Aqui, já podemos iniciar o tópico com boas notícias: ainda não há evidências de que qualquer uma dessas doenças que citamos acima possam ser transmitidas da mãe para o feto.

Para se ter ideia, um estudo publicado na revista médica The Lancet analisou um grupo de nove gestantes na China que estavam com o COVID-19. E o resultado? Nenhuma delas teve quadros avançados da doença, e todos os bebês nasceram com resultado negativo para coronavírus.

Contudo, vale ressaltar que dois dos recém-nascidos “sofreram” um pouco para nascer, mas chegaram ao mundo razoavelmente saudáveis e livres do SARS-CoV-2.

No mais, todas as pacientes tiverem sintomas brandos e zero complicações graves.

Então, o que isso quer dizer?

Que a transmissão do COVID-19 da mãe para o bebê durante a GESTAÇÃO é rara. Até a data de publicação desse artigo, apenas um recém-nascido, em Londres, teve resultados positivos para o vírus logo após o nascimento.

Porém, mesmo assim, os médicos não sabem se o SARS-CoV-2 chegou até o neném durante a gravidez, ou depois desta.

Além disso, ao que tudo indica, as gestantes não parecem ser mais propensas a ficarem pior que outros adultos saudáveis ​​que foram acometidos pelo novo coronavírus. Espera-se, portanto, que a maioria destas sofra apenas de sintomas semelhantes ao resfriado/gripe.

Porém, todo cuidado ainda é pouco

Apesar de, até este momento, não haver recomendações específicas para gestantes com relação ao manejo do COVID-19, sabe-se que estas, quando comparadas a mulheres não-grávidas, ainda correm um maior risco de morte por outras infecções respiratórias como a influenza e o SARS-CoV, por exemplo.

Portanto, por mais que as estatísticas não sejam tão alarmantes para as futuras mamães, é preciso entender que elas ainda são consideradas um grupo de risco para os coronavírus.

Como o COVID-19 influencia no feto?

Como o SARS-CoV-2 é um vírus muito novo, ainda estamos começando a entender seu poder de influência em fetos e até mesmo recém-nascidos e bebês.

A boa notícia é que, até a publicação deste artigo, não existem evidências de que, nas gestantes com o coronavírus, o risco de aborto é aumentado. Além disso, também não há registros 100% confirmados de transmissão do COVID-19 via placenta ou durante o parto (chamamos isso, inclusive, de transmissão vertical).

A opinião geral dos especialistas, portanto, é que é bastante improvável que o bebê seja exposto ao SARS-CoV-2 durante a gravidez. Em outras palavras, as chances desse vírus causar problemas no desenvolvimento do feto são poucas.

Vale ressaltar, no entanto, que alguns bebês de mulheres com sintomas de coronavírus na China nasceram prematuros. Porém, ainda não está claro se foi o SARS-CoV-2 que provocou o trabalho de parto precoce.

E com relação às consultas pré-natais? Elas devem ser adiadas?

Não. Manter os cuidados pré-natais durante a gravidez é essencial para a sua saúde, e a do bebê também. Por isso, se você estiver se sentindo bem, não deixe de comparecer às consultas agendadas.

Para se dirigir ao consultório, as recomendações de prevenção são as mesmas para qualquer pessoa. Saiba quais são elas clicando aqui.

Amamentação em tempos de COVID-19: como proceder?

Existem raras exceções em que a amamentação não é recomendada.

Atualmente, a principal preocupação dos profissionais de saúde não é se o vírus pode ser transmitido pelo leite materno, mas sim se a mãe, quando infectada pelo SARS-CoV-2, pode passar o vírus ao bebê por meio de gotículas respiratórias durante a amamentação.

Por isso, as mulheres que estiverem com suspeita de COVID-19 devem tomar todas as precauções possíveis para evitar a transmissão da doença para o recém-nascido. Elas incluem:

lavar as mãos antes de tocá-lo;

  • usar máscara facial, se possível, durante a amamentação;
  • ao tirar o leite do peito com uma bomba manual ou elétrica, lavar bem as mãos antes de tocar em qualquer parte do aparato e seguir à risca as recomendações de limpeza deste.

No mais, o importante a saber é que, até este momento, não foi registrada nenhuma evidência de coronavírus no leite materno de mulheres com diagnóstico de COVID-19. No entanto, ainda não se sabe se o SARS-CoV-2 pode, de fato, ser transmitido por meio da amamentação.

Enfim…

Ao que tudo indica, o coronavírus na gravidez não parece um bicho de sete cabeças. Porém, todos os cuidados preventivos devem ser levados extremamente a sério, tanto pela saúde da mãe e do bebê, quanto pelo bem-estar da família e de outras pessoas próximas.

Se você desconfia que esteja com COVID-19, comunique a situação à sua ginecologista e permaneça em casa, tomando todos os cuidados que a doença pede (repouso, ingestão de muito líquido e antitérmicos (que não contenham ibuprofeno) para controlar a febre).

Vá até o hospital somente se estiver com os sintomas muito fortes, ou com dificuldade respiratória. No mais, fique tranquila. As chances desse vírus afetar o bebê, até então, são baixas.

Cuide-se, e até a próxima!

E aí, esse texto foi útil para você? Saiba que, para ficar por dentro de mais assuntos como este, é só acessar o nosso Blog sempre que quiser!

No mais, para agendar uma consulta conosco, é só entrar em contato pelo número (31) 3225-3446. Pode ligar que estamos te esperando!

Autora convidada: Dra. Adriana Bonfioli

Texto originalmente publicado no portal Convite à Saúde!

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