Constipação intestinal: o que é, prevenção e estratégias de alívio

Homem com mão na barriga indicando que ele está com constipação intestinal. No fundo, um vaso sanitário aberto.

Imagine começar o dia sentindo-se pesado(a), desconfortável e, de certa forma, irritado(a). Essas sensações, apesar de extremamente desagradáveis, podem ser mais comuns do que você imagina. A má notícia, no entanto, é que elas estão geralmente ligadas a um problema de saúde que afeta milhares de pessoas no mundo: a constipação intestinal.

Popularmente conhecido como prisão de ventre, esse mal-estar não só afeta o humor, como também influencia na forma como encaramos o dia a dia. Não à toa, é daí que a expressão “estar enfezado” vem. 

A título de curiosidade, o termo “enfezado” é utilizado para designar uma pessoa que está irritada e/ou mal-humorada. Sua origem, contudo, vem da palavra “fezes” e, mais interessante: da ideia de tê-las presas no intestino. 

Isso, por si só, já reflete bem o impacto que os problemas intestinais podem ter em nosso estado emocional e físico. Porém, não se preocupe: falaremos sobre isso mais tarde.

O importante a se saber, por ora, é que separamos o artigo de hoje para explorarmos a constipação intestinal, não só fazendo com que você entenda tudo sobre ela, como também saiba como preveni-la. Vamos lá? 

O que é constipação intestinal?

A constipação intestinal é uma condição caracterizada pela dificuldade e/ou demora para evacuar (o normal é evacuar entre 3 vezes por dia e 3 vezes por semana). Além disso, o quadro pode vir acompanhado de fezes endurecidas e desconforto durante o processo. 

Apesar de variar de pessoa para pessoa, a prisão de ventre é caracterizada pela  baixa frequência de idas ao banheiro durante a semana. Ela pode, ainda, vir acompanhada de uma sensação de esvaziamento incompleto, bolos fecais endurecidos e esforço excessivo para eliminar as fezes. Casos mais graves, por fim, apresentam a necessidade de manipulação manual, assim como recursos medicamentosos diversos, para o esvaziamento retal.

Embora falar sobre isso possa ser um pouco constrangedor para alguns, é um assunto importante que merece nossa atenção. Afinal, é graças ao entendimento das causas, dos sintomas e das estratégias de prevenção que transformamos a vida de uma pessoa que lida com a constipação intestinal. 

Sendo assim, deixe os tabus de lado e continue conosco!

O que causa prisão de ventre?

Várias razões podem levar uma pessoa a desenvolver constipação intestinal. Algumas das mais comuns incluem:

  • dieta pobre em fibras – fibras ajudam a formar o bolo fecal e facilitar seu trânsito pelo intestino;
  • baixa ingestão de líquidos – a desidratação pode tornar as fezes duras e difíceis de transitar pelo intestino;
  • sedentarismo – a falta de atividade física pode enfraquecer os músculos do intestino, dificultando a evacuação;
  • mudanças na rotina ou estresse – alterações no cotidiano ou situações de estresse podem afetar o funcionamento intestinal;
  • uso prolongado de alguns medicamentos – laxantes (quando usados de forma abusiva), antidepressivos e suplementos de ferro podem contribuir para a constipação.

Sintomas

Geralmente, a prisão de ventre é caracterizada pelos seguintes sintomas:

  • dificuldade ao evacuar;
  • fezes duras ou em pequenas quantidades;
  • sensação de evacuação incompleta;
  • inchaço abdominal e desconforto;
  • redução da frequência de evacuações.

Por que a constipação intestinal afeta o nosso humor?

Um dos sintomas característicos da prisão de ventre, como já adiantamos no começo deste bate-papo, é o mau-humor. No entanto, por ser um assunto mais complexo, dedicamos um tópico inteiro só para ele! Separe o café, sente-se confortavelmente e vamos lá. 

O eixo cérebro-intestino

O motivo pelo qual a prisão de ventre pode não só causar um desconforto significativo, como também afetar o humor das pessoas, está relacionado ao complexo eixo cérebro-intestino. 

Como o próprio nome sugere, este termo refere-se à comunicação bidirecional entre o sistema nervoso central (o cérebro) e o sistema nervoso entérico (o “cérebro” do intestino). Sendo assim, seus principais componentes incluem:

  • Sistema Nervoso Central (SNC): controla funções de alto nível, incluindo pensamento, humor e resposta ao estresse.
  • Sistema Nervoso Entérico (SNE): conhecido como o “segundo cérebro”, o SNE governa a função do trato gastrointestinal, controlando a digestão, a absorção de nutrientes e a motilidade intestinal.
  • Microbiota Intestinal: diz respeito aos trilhões de microrganismos que vivem no intestino, desempenhando papéis cruciais na digestão, na produção de vitaminas e neurotransmissores, na proteção contra patógenos e na modulação da resposta imune.

A comunicação/influência entre estes componentes, por sua vez, acontece das seguintes formas:

  • vias nervosas – o nervo vago, uma das principais vias de comunicação entre o intestino e o cérebro, transmite informações em ambos os sentidos, fazendo com que os estímulos intestinais possam afetar funções cerebrais como, por exemplo, percepção de dor e humor.
  • Neurotransmissores e hormônios – o intestino produz uma variedade de neurotransmissores que podem influenciar nosso estado emocional e comportamental. Os principais, a título de curiosidade, são a serotonina e o GABA. Já hormônios gastrointestinais como, por exemplo, a grelina e a leptina, desempenham papéis na regulação da fome, do apetite e do humor.
  • Sistema imune – o intestino é um importante órgão imunológico e pode enviar sinais inflamatórios ao cérebro, influenciando processos neuroquímicos e comportamentais.
  • Microbiota – as bactérias intestinais podem produzir metabólitos e neurotransmissores que afetam o cérebro. Logo, alterações em sua composição podem influenciar o desenvolvimento de até mesmo transtornos neurológicos e psiquiátricos.

Resumindo: quando a sabedoria popular diz que “nós somos o que comemos”, ela não está errada. Por isso, se qualquer uma dessas partes está “comprometida”, seja por uma inflamação/infecção/irritação, o esperado é que ambos os eixos respondam negativamente a essas reações na tentativa de “curá-las”.

Sendo assim, fazer boas escolhas alimentares, cuidar da saúde intestinal e, claro, da saúde emocional, é essencial para manter o bem-estar e a longevidade, e mais importante: prevenir a prisão de ventre. 

Aliás, vamos conversar um pouco mais sobre isso a seguir?

Como prevenir/aliviar a constipação intestinal?

As principais estratégias de prevenção e alívio da prisão de ventre incluem:

  • manter uma dieta rica em fibras – incluir alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, legumes, grãos integrais e cereais, pode ajudar a prevenir e aliviar a constipação. Afinal, fibras aumentam o volume e a maciez das fezes, facilitando sua passagem.
  • Hidratar-se adequadamente – beber bastante líquido, especialmente água, ajuda a manter as fezes macias e mais fáceis de evacuar. Recomenda-se o consumo diário de 30 a 35 ml de água por kg de peso corporal.
  • Praticar atividade física regularmente – exercícios físicos ajudam a estimular a atividade intestinal, promovendo movimentos mais regulares. Alternativas como caminhada, natação ou yoga podem ser especialmente benéficas.
  • Estabelecer uma rotina – tentar evacuar sempre no mesmo horário, especialmente após o café da manhã, pode ajudar a regular o intestino.
  • Evitar o uso prolongado de laxantes sem orientação médica – o uso frequente de laxantes pode levar à dependência e piorar a constipação a longo prazo. 

Quando a constipação é grave?

Embora a constipação seja mais um desconforto do que uma condição grave, ela pode, em alguns casos, indicar problemas de saúde mais sérios. Dessa forma, é importante procurar um médico se a prisão de ventre for acompanhada de sintomas como dor abdominal intensa, sangue nas fezes, perda de peso inexplicada ou se não melhorar com mudanças na dieta e estilo de vida.

Agora sim!

A constipação intestinal é um problema comum que pode ser significativamente aliviado com mudanças na dieta, aumento da ingestão de líquidos, prática regular de exercícios físicos e manutenção de uma rotina de evacuação. 

Se você apresentar sintomas persistentes ou graves, é importante buscar avaliação médica para descartar condições mais sérias e receber orientação adequada. Com as estratégias certas, é possível melhorar a saúde intestinal e o bem-estar geral.

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No mais, cuide-se bem e até a próxima!

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