Tendinite do calcâneo: tudo sobre a inflamação no tendão de Aquiles

Em uma clínica de fisioterapia, uma pessoa em uma maca tem o tendão de aquiles massageado por um fisioterapeuta por estar com tendinite do calcâneo.

Afinal: qual é o seu ponto fraco? Há quem diga que o próprio “tendão de Aquiles” está relacionado ao amor, ao dinheiro, à saúde, às comédias românticas modernas e por aí vai. Pouquíssimas pessoas, no entanto, associam essa expressão metafórica a uma das partes mais importantes do corpo humano.

O tendão de Aquiles (ou tendão do calcâneo) é o maior tendão do corpo. Ele conecta os músculos da panturrilha ao osso do calcanhar e é usado enquanto caminhamos, corremos, subimos escadas, pulamos e ficamos na ponta dos pés.

Deixando as metáforas de lado, essa estrutura, criada para suportar grandes tensões, é uma das responsáveis por nos permitir ficar de pé. Porém, ele também está sujeito à inflamação e desgaste.

Quando isso acontece, a condição recebe o nome de tendinite. Para entender melhor: os tendões são fortes, mas não muito flexíveis, e o tendão de Aquiles não é exceção. Isso significa que ele só pode esticar até certo ponto antes de ficar inflamado ou se romper.

Esse quadro, dependendo do caso, pode causar desde um pequeno desconforto, uma leve dor e/ou sensibilidade/rigidez na região, até uma dor incrivelmente intensa, especialmente ao estender o pé para baixo.

Tipos de tendinite de Aquiles

A tendinite, como já explicamos brevemente, é a inflamação de um tendão. A inflamação, diga-se de passagem, é uma resposta natural do corpo a lesões ou doenças e costumam causar inchaço, dor ou irritação.

Existem dois tipos de tendinite de Aquiles, que variam de acordo com a parte do tendão está inflamada:

  • Tendinite não-insercional: acontece quando as fibras localizadas no meio do tendão se rompem, formando pequenas lacerações. É mais comum em pessoas mais jovens e ativas.
  • Insercional: envolve a parte inferior do calcanhar, onde o tendão se fixa ao calcâneo. Pode ocorrer a qualquer momento, e em todos os tipos de pessoas.

Causas

A tendinite de Aquiles, geralmente, resulta do estresse repetitivo do tendão. Além disso, vale ressaltar que essa parte do corpo, com o tempo, torna-se mais desgastada, favorecendo o quadro de inflamação.

No entanto, existem outros fatores que podem favorecer o aparecimento de uma tendinite. São eles:

  • aumento repentino na quantidade/intensidade de algum exercício físico (por exemplo, aumentando a distância que você corre todos os dias sem dar ao seu corpo a chance de se ajustar);
  • esporão ósseo (crescimento ósseo anômalo na porção do tendão que se liga ao calcanhar, ocasionando atrito e dor);
  • problemas físicos (o pé plano, por exemplo, pode colocar mais pressão sobre o tendão de Aquiles. Além disso, quadros como o de obesidade, ou de músculos tensos da panturrilha, podem aumentar a tensão do tendão);
  • utilizar materiais esportivos inapropriados para a atividade física em questão (como usar os tênis incorretos para caminhar, por exemplo);
  • condições médicas (pessoas com psoríase ou hipertensão têm maior risco de desenvolver tendinite de Aquiles);
  • medicamentos (certos tipos de antibióticos, chamados fluoroquinolonas foram associados à tendinite de Aquiles).

Sinais e sintomas

  • dor e rigidez ao longo do tendão, especialmente pela manhã;
  • dor na parte posterior do calcanhar, que piora com a atividade física;
  • dor forte no dia seguinte ao exercício;
  • espessamento do tendão;
  • esporão ósseo (tendinite de inserção);
  • inchaço que piora ao longo do dia;
  • “estalo” repentino na parte de trás da panturrilha ou calcanhar.

Diagnóstico

Durante a consulta, o ortopedista pressionará suavemente a área afetada para determinar a localização da dor e o seu nível de sensibilidade/inchaço. Ele também avaliará a flexibilidade, o alinhamento, os reflexos e a amplitude de movimentos dos pés e tornozelos.

Para confirmar suas suspeitas, o profissional ainda pode solicitar alguns exames como, por exemplo:

  • raio X (principalmente para ajudar a descartar outras condições);
  • ultrassom (utiliza ondas sonoras para visualizar tecidos moles como os tendões e, inclusive, produzir imagens em tempo real do tendão em movimento);
  • ressonância magnética (produz imagens detalhadas da região).

E, por fim: existe cura para a tendinite de Aquiles?

A tendinite geralmente responde bem a medidas gerais (compressas frias, repouso, elevar as pernas etc). Porém, quando os sintomas são intensos ou persistentes, o ortopedista pode sugerir algumas opções de tratamento como:

  • medicamentos: analgésicos podem ser prescritos, principalmente se as dores forem muito intensas;
  • fisioterapia: exercícios de alongamento e fortalecimento, e o uso de certos dispositivos ortopédicos, podem promover não só a cura da tendinite, mas o fortalecimento do tendão de aquiles e suas estruturas de suporte;
  • cirurgia: se os tratamentos conservadores não funcionarem, ou se o tendão estiver rompido, uma cirurgia de reparação do tendão de Aquiles pode ser necessária.

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Texto originalmente publicado no portal Convite à Saúde

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